domingo, 27 de setembro de 2009

POLIAMORISMO

A coexistência de duas ou mais relações afetivas paralelas, nas quais as pessoas se aceitam mutuamente, motiva a partilha de bens em três partes iguais, segundo decisão inédita por um juiz de Rondônia. Em Ação Declaratória de União Estável, o juiz Adolfo Naujorks, da comarca de Porto Velho, determinou a divisão dos bens de um homem, entre ele, a esposa com quem era legalmente casado, e a companheira com quem teve filhos e conviveu durante trinta anos. O juiz fundamentou sua decisão em entendimento da psicologia que chama essa relação triangular pacífica de poliamorismo.
Essa decisão sinaliza uma mudança muito bem vinda nas relações interpessoais. Aproxima-se o dia em que homems e mulheres entenderão que a exigência de exclusividade é incompatível com a autenticidade do amor. Quando amamos realmente alguem, reconhecemos sua liberdade, inclusive para desejar e amar outras pessoas.
É possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo? Tento responder com duas perguntas: podemos não gostar de várias pessoas ao mesmo tempo? Se não há limite para o desamor, por que há limite para o amor?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O SEGUNDO SEXO

O nome do blog foi escolhido para homenagear Simone de Beauvoir. Baseada em conhecimento vasto e munida de profundo senso crítico , ela definiu o sexo feminino como o segundo sexo. Em 1949 , lançando seu livro de mesmo nome , desmistificou a idéia do "eterno feminino". Explicitou de maneira definitiva as razões pelas quais "nós não nascemos mulheres , nós nos tornamos mulheres". Ela achava que até aquela época não haviam sido dadas as mesmas oportunidades para as mulheres se fazerem iguais aos homens.
Sessenta anos depois nós ainda somos o segundo sexo. Ainda não foram dadas as oportunidades ou nós não as aproveitamos ? E por que não as aproveitamos? Esse é meu questionamento.
Simone de Beauvoir foi uma mulher singular , rara . Sou sua fã desde jovem. Seria maravilhoso que ela estivesse entre nós e nos desse de presente sua visão extremamente lúcida do que é ser homem e do que é ser mulher hoje. Inspiradas nela , todas as mulheres deveriam continuar identificando as desigualdades , sem se deixarem iludir por conquistas individuais. Estas devem ser coletivas. Faço neste espaço a minha parte.