quinta-feira, 29 de outubro de 2009

VALE TUDO

A igreja católica, sob o comando de Joseph Ratzinger, planeja a absolvição de Padre Cícero. A reabilitação é o primeiro passo para a beatificação e até canonização. Se esta acontecer será a segunda no Brasil, num curto espaço de tempo. O objetivo é nítido: barrar a perda de fiéis para a igreja evangélica. Enquanto ainda era vivo, Padre Cícero foi renegado pela igreja, acusado de falsos milagres. A hóstia dada por ele, transformava-se em sangue na boca de uma beata. Não sei por que o todo poderoso se ocuparia de milagres tão inúteis se há tantos problemas graves no mundo que ele criou; como crêem os religiosos, é claro! Após investigação, chegou-se à conclusão de que a beata era uma impostora. Mas não foi pela inutilidade dos milagres nem pela falta de comprovação que a igreja não os reconheceu, afinal, esta tem até uma classificação para esses milagres inúteis: são os "milagres eucarísticos" e nenhum milagre até hoje foi provado cientificamente. Segundo artigo na revista Aventuras na História, na época, o clero não aceitava manifestação da fé popular, ainda mais quando a população era do interior do Brasil.
Esta semana, foi divulgado que Joseph Ratzinger também vem estimulando a conversão de fiéis e clérigos da igreja anglicana para o catolicismo. O objetivo é atender anglicanos conservadores descontentes com a nomeação de mulheres e bispos homossexuais.
É assim! Vale tudo para não perder o poder! Absolver mortos que já foram considerados párias da fé ou acolher, de braços abertos, pessoas que tem preconceitos contra os gays e tratam as mulheres como seres inferiores. Acho que qualquer fiel da igreja católica deveria envergonhar-se de ser membro de tal instituição, principalmente gays e mulheres. Os gays frequentam as igrejas mas não lotam seus bancos pois não são tão numerosos, mas as mulheres, estas sim, lotam os bancos de igrejas, erguem os braços e louvam o fato de serem o segundo sexo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ELES INSISTEM

Na semana passada, na novela viver a vida, aparece uma cena de conflito entre duas irmãs. Uma é politicamente correta e a outra é o oposto. Até ai tudo bem, é mais uma velha batalha do bem contra o mal. Mas dessa vez o autor se superou na tentativa insistente, não só por parte dele mas de todos os outros autores, de fazer com que a atitude da personagem em relação ao sexo reforce seu caráter.
Na cena, a irmã má debocha do fato da "certinha" ser virgem, diz que não quer parceiro fixo, quer só "ficar", ou seja, é sexualmente livre. Na mesma cena, chega a desejar que sua irmã morra num acidente de avião, por isso sua mãe a chama de serpente. Lembram da serpente? É aquela mesma que estam pensando, a da bíblia. Sacaram a mensagem? Se não sacaram, vou revelar para vocês. Pessoas que tem liberdade sexual são imorais e serão punidas no final. Pessoas sexualmente "bem comportadas" tem bom caráter e merecem viver felizes para sempre no final. Façam uma retrospectiva das novelas e verão que as personagens do bem só transam por amor, são sempre fiéis, quando não o são se arrependem e nunca usam o sexo para conseguir algo para o bem ou para o mal. Os vilões são furacões na cama, fazem sexo porque gostam, por prazer ou para alcançar seus objetivos. Numa outra novela, do mesmo autor, a "mocinha" tinha até nome de santa, Edwirges. Sua rival que se chamava Gracinha (ou seja, só um corpo bonito) usou o sexo para separar o par romântico e dar o golpe do baú. Em caminho das índias, a Norminha, mulher do guarda, enganava o marido, mas como era uma personagem cômica não sofreu punições. Já na novela a favorita, a mulher do prefeito foi punida com espancamento em praça pública, loucura e morte.
Os exemplos são inúmeros. Parece até tática nazista: repetir uma mentira muitas vezes até que ela se torne verdade. A tática é dos nazistas mas a mensagem é dos religiosos. Estes querem tornar a liberdade sexual uma questão de caráter, de mau caráter. Claro, as religiões se alimentam da culpa, do sofrimento, do desprazer nessa vida para que a promessa de paraíso após a morte seja um alento.
A vida é aqui e agora. O sexo é uma necessidade do ser humano. O prazer pelo sexo e o pleno exercício deste prazer não falam nada sobre o caráter de alguém. Então, Manoel Carlos e colegas de profissão, tem gente aqui bem crescidinha que sabe muito bem onde está e onde não está a moral na estória e na História.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

AINDA NÃO SOMOS LIVRES.

Outro dia, num programa de reportagens, um jovem repórter estava fazendo uma matéria numa feira livre. Ele perguntou a uma senhora idosa se poderia acompanhar suas compras. Ela respondeu num tom sedutor: " claro, mas antes devo dizer que você é lindo". Suzana Vieira, no programa sexo e amor, estava bastante à vontade e interessada em falar de sua vida sexual. Chegou a dizer que já transara decorando textos.
O que esse desprendimento significa? Que a mulher é livre para dizer e fazer o que quer? Infelizmente não. Essas mulheres agiram assim porque a idade lhes concedeu a carta de alforria.
As mulheres jovens, ainda hoje, são obrigadas a assumir uma atitude passiva. Se tomam a iniciativa são chamadas de oferecidas. Os homens conquistam, as mulheres se oferecem. Também não podem falar abertamente de sua vida sexual . O que se observa é que as jovens diminuem o número de parceiros que tiveram ao longo da vida. Os homens aumentam, as mulheres diminuem. Muitas se dizem inexperientes sem, na verdade, o serem. Não negam que tem vida sexual ativa, mas ressaltam que é com o "namorado".
Por que elas agem assim? Porque o interesse maior é conseguir um marido. Os homens não querem casar com mulheres livres. Vivenciar e assumir uma liberdade pode significar a perda da chance de ter uma vida conjugal, algo ainda muito importante para as brasileiras.
Há momentos em que é interessante para o homem encontrar mulheres bonitas, dispostas a transas sem "burocracia" e que não reclamem compromisso para depois. Então ele abre um hiato na sua exigência de recato. O carnaval, é um exemplo típico. Do sábado até a quarta-feira de cinzas, tudo pode. O "currículo" da mulher não ficará prejudicado!
Quando a idade avança e o casamento já não é mais uma possibilidade, aí elas se liberam, não precisam mais vender uma imagem de recatadas para o sexo oposto. Mas a liberdade é um bem maior, é necessário ter sempre. Ser livre quando não se é mais sexualmente atraente é como parar de fumar depois de ter câncer no pulmão. Lembrem-se que nem todas tem a fama e o poder econômico que algumas globais tem.
As mulheres devem conquistar sua liberdade e não esperar por concessões. As primeiras que levantarem a bandeira da liberdade, poderão realmente ter dificuldades de encontrar um parceiro fixo, já que são raros os homens que respeitam e curtem a liberdade feminina. Estes, vocês verão, são muito melhores e mais interessantes. Com o tempo todos perceberão que perdem muito por não terem diante de se um ser humano também livre. Quer ser heroína? Nunca foi tão fácil!

sábado, 10 de outubro de 2009

O SILÊNCIO DOS CÚMPLICES

Esta semana, no Paquistão, houve uma explosão de um carro bomba. O carro estava numa área movimentada. Várias pessoas ficaram feridas e, aproximadamente, 50 pessoas morreram. Entre as que morreram, havia mulheres e crianças. A televisão, o rádio, os jornais e a internet relataram o acontecimento. Todos os dias são transmitidas notícias semelhantes.
A suspeita era de que a autoria desse crime covarde, teria sido do grupo talebã. Mas o que motiva o grupo talebã? A resposta é simples: a RELIGIÃO. É ela a verdadeira vilã. Por que os jornalistas e "intelectuais" não denunciam a incentivadora desse e de tantos outros atos que prejudicam a humanidade? Eles dizem: o problema não é a religião, mas o fundamentalismo religioso, o radicalismo. Seria estranho se os autores do crime fossem radicais no respeito pela vida humana, fossem radicalmente éticos ou fossem radicalmente generosos. Infelizmente eles não são assim, eles são radicalmente religiosos. Seria muito estranho saber que esses assassinos lêem a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Infelizmente eles não a lêem, eles lêem o corão, a bíblia e outros livros sagrados. Mas ninguém ousa criticar a religião. Por que?
A resposta também é muito simples. Se eu tenho as minhas crenças, como vou criticar as dos outros? Se eu digo que determinada crença é insana, como vou defender a minha? Como disse Caetano Veloso: "... narciso acha feio o que não é espelho". Podemos inverter a frase: narciso acha bonito o que é espelho. Os religiosos são ums espelhos dos outros, todos tem o mesmo motor: a fé. Esse silêncio é um silêncio de cumplicidade. Felizmente sou atéia, não preciso calar-me.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

TRAIÇÃO

No programa SAIA JUSTA da quarta-feira, canal GNT, dia 23/09/09, foi discutida a seguinte questão: traição, saber ou não saber? Contar ou não contar?
Houve um consenso no debate entre as participantes. Todas trataram a traição como um crime com suas vítimas, algozes, danos e punições. "Há falsidade sempre que há regime coercivo. A proibição e o contrabando são inseparáveis, no amor como no comércio", diz Fourier. Um pouco de conhecimento sociológico, histórico e biológico basta para concluir que a fidelidade é culturalmente imposta, não é natural. O amor por uma pessoa não impede o desejo por outras. Esse desejo deve ser respeitado, afinal, não somos propriedades uns dos outros. Se há este entendimento, não cabem termos como traição, vítimas, algoz, punição. Não são muitos, mas existem companheiros que vivem assim; amam-se, mas são livres para outras experiências. Estas podem ou não ser compartilhadas... há liberdade para isso também. Mas, se não são compartilhadas, não há a fantasia de que não aconteçam. Então, o que há em um relacionamento como este? Há cumplicidade, maturidade, segurança e, para quem quiser experimentar, há mais erotismo e mais sensualidade.
Infelizmente a maioria das pessoas cobra a exclusividade. Assim, mais cedo ou mais tarde, serão vítimas ou algozes. Melhor saber ou não saber? Melhor contar ou não contar? Enquanto homens e mulheres não saírem do jardim da infância da sexualidade, melhor não saber, melhor não contar.

GAY E MULÇUMANO?

Na edição número 592 da revista época há uma matéria sobre Adnan Ali. Ele é gay e mulçumano. Fundou a representação britânica da ONG americana Al-fatiha. Luta pela aceitação do homossexualismo pela religião islâmica.
Gostaria de saber se sua ONG também é engajada na luta pela melhoria de vida das mulheres mulçumanas? Estas tem seus direitos humanos diariamente violados: são submetidas à clitorectomia, são casadas com desconhecidos, são impedidas de estudar, são obrigadas a usar roupas que cobrem todo o seu corpo, são assassinadas se buscam prazer, enfim, a lista é imensa. Será que sua ONG combate os regimes ditatoriais do mundo islâmico? Será que critica a arma que os mulçumanos usam contra os "infiéis", ou seja, o terrorismo? Há muito o que mudar.
É quase impossível que ele alcance seu objetivo. As religiões, não só o islamismo, são inimigas do prazer sem culpa, da liberdade sexual. Em todo caso, não vejo como a aceitação do homossexualismo tornaria o islamismo melhor. Vejo sim, que a diminuição da importância que a religião tem na vida das pessoas tornaria o mundo muito melhor. Se Adnan Ali lutasse por esta causa , prestaria maior serviço não só aos gays, mas à toda humanidade.