sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

SEXO A TRÊS

Em novembro de 2009, li que uma cena da temporada da série Gossip Girl deu o que falar nos Estados Unidos. No episódio, uma sugestão de sexo a três gerou polêmica. Nela, três jovens personagens aparecem sentados no chão, bebendo e lendo o jornal da faculdade, que traz uma lista de coisas que todos os estudantes deveriam fazer- entre elas, sexo a três. Olívia e Dan, então, começam a se beijar. Em seguida, Olívia beija Vanessa que beija Dan. Na cena seguinte, os três aparecem em uma cama juntos. O Parents Television Council- conselho de pais americanos que monitora a programação de TV- preocupados com a repercussão do episódio entre os adolescentes, pediu que a cena não fosse exibida. "Vocês serão cúmplices em estabelecer um precedente de que os adolescentes devem adotar comportamentos associados a filmes adultos." O porta voz da emissora afirmou que a série é voltada para o público de 18 a 34 anos e manteve a cena.
Gostaria de saber quem estabeleceu que sexo só a dois e não a três, a quatro... ou que a três é coisa de adulto e não de adolescente. Quem faz sexo a dois pode também fazer sexo a três e isso inclui os adolescentes. Acontece que os adultos acham que devem transferir seus próprios tabus para as crianças e adolescentes. Por exemplo, eles se recusam a falar com as crianças sobre a homossexualidade. As crianças crescem achando que homem só namora com mulher e mulher com homem. Como esperar que, quando estas crianças se tornarem adultas, não tenham preconceitos contra os gays? Não adianta criar para as crianças e para os adolescentes um mundo que não existe. Os adultos devem mostrar o mundo tal qual ele é e não tal qual eles acham que tem que ser. Se o adulto não se sente livre para fazer sexo a três, ele deve, pelo menos, ser honesto e dizer que há pessoas que fazem e gostam e que o jovem é quem vai decidir se quer ou não e quando vai querer ou não. Se os adultos não orientam os jovens, estes aprenderão com as pessoas menos preparadas, ou seja, com outros jovens tão desinformados quanto eles.
Para procriar é conveniente o sexo a dois. Mas para ter prazer não há limite. Eu, particularmente, acredito que o sexo a três é mais prático, tanto para um relacionamento duradouro (ménage à trois) quanto para uma transa casual. Não vou falar, agora, sobre o ménage à trois. Vou falar apenas do sexo a três casual.
No sexo a três, comparando com o sexo a dois, os estímulos visuais são mais. É como comparar a visão de um céu muito estrelado com um céu pouco estrelado. Os estímulos táteis também são mais. É como comparar um banho de cachoeira com um banho de chuveiro. Existem duas situações: numa, os três participantes não tem ligações sentimentais entre si e, na outra, há ligação sentimental entre dois dos três, tipo, um casal de namorados inclui uma terceira pessoa. Ambas as situações são muito prazerosas. Mas a segunda é também uma oportunidade de rever conceitos. É lógico que quem topa experimentar já é uma pessoa diferenciada. Mas passar pela experiência ratifica esta diferença. Ver seu parceiro transando com outra ou transar com outro na presença do parceiro, além de excitante, é uma oportunidade de ver com os próprios olhos e sentir na própria pele a separação entre sexo e sentimento. Porque se percebe que, mesmo amando o parceiro, sente-se prazer com outro ou vendo o prazer do parceiro com outra. Esta separação entre sexo e sentimento fica ainda mais nítida no dia seguinte, quando os companheiros estarão ainda mais apaixonados um pelo outro. É como um reconhecimento pelo prazer que foram capazes de proporcionar um ao outro. É também uma oportunidade de experimentar uma cumplicidade e uma intimidade que os defensores da monogamia e da exclusividade sexual jamais experimentarão. É realmente algo que todos deveriam fazer. É uma chance de desmitificar o sexo.
O pior é que quem é contra nunca experimentou ou experimentou mas levou, para fazer companhia aos três, outros companheiros: tabus, possessividade, insegurança, egoísmo e vaidade extrema. Por isso, para uma ocasião como esta, leve apenas os outros dois participantes e a vontade de dar e ter prazer!

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PARABÉNS SUÍÇA!

Todas as revistas semanais comentaram sobre o referendo, proposto pela direita, que ocorreu na Suíça, para aprovar ou não a proibição da construção de mesquitas com minaretes. Para surpresa mundial, os suíços aprovaram a proibição. A intenção é conter a expansão do islamismo. Não faltaram críticas.
Não deveria ser surpresa. Todo país que valorize a democracia deveria ser contra a expansão de uma religião que, no mínimo, não respeita as liberdades individuais. Mas foi surpresa porque, normalmente, o mundo é condescendente com os crimes com motivação religiosa. Parabéns Suíça! Fosse eu, que sou de esquerda, desta vez teria votado como direitista.
Sou sincera. Acho que pensaria em mudar de país se o meu fosse invadido por mulçumanos. E não venham dizer que é preconceito. Preconceito seria se eu não soubesse o que é ser mulçumano, não soubesse no que eles acreditam, não soubesse o que eles fazem. Mas eu sei o que é ser mulçumano, sei no que eles acreditam, sei o que eles fazem, mesmo os mais pacíficos. Por isso não os quero por perto. Sinceramente, vocês querem?
O respeito pelos direitos humanos é condição fundamental para tolerarmos determinado grupo. Você toleraria um nazista? Então, por que tolerar carcereiros de mulheres, mutiladores de mulheres e apedrejadores de mulheres? Por que tolerar assassinos que fazem de crianças e mulheres escudos humanos? Os nazistas acreditavam na superioridade dos arianos e por isso decidiram exterminar quem não pertencia a esta "raça". Os mulçumanos acham que quem não acredita em Alá, ou seja, quem é infiel, deve morrer. Qual a diferença? A diferença é que o nazismo não é religião. Se o nazismo fosse uma religião, seria lembrado como é lembrada a inquisição, sem nenhuma revolta aparente. Hoje ninguém pode usar uma suástica, mas pode andar com um crucifixo pendurado no pescoço! E não venham dizer que é porque o nazismo aconteceu recentemente. A inquisição rolou até mais da metade do século IXX.
Toda semana, somos informados de que homens-bomba se explodem matando, principalmente, mulheres e crianças. Eu acho que quanto mais as religiões mostrarem suas caras, mais as pessoas perceberão o quanto são prejudiciais. Acho péssimo quando os líderes religiosos vestem suas religiões com a máscara da modernidade. Roubando um pouco da inspiração do Cazuza, eu diria: religiões mostrem suas caras! Quero ver quem serão seus sócios! Conto com o islamismo para acabar com esta descabida tolerância religiosa ilimitada.
Todos sabem que participo de uma batalha contra a influência das religiões. Batalha no campo das idéias, que fique bem claro! Portanto, tenho o direito de desejar que se eles querem se explodir, que se explodam lá, na terra deles. Aqui não violão! O pior é que, em São Paulo, está havendo um crescimento do número de mulçumanos nas periferias. Lula recebeu o presidente do Irã aqui no Brasil e defendeu o direito do Irã de desenvolver energia nuclear. Por isso não conto com um referendo para impedir a expansão do islamismo aqui no Brasil. Só posso contar com os cristãos. Espero que eles tomem suas conhecidas providências para não perder fiéis. Sou contra todas as religiões, mas entre cristãos e mulçumanos, fico com os cristãos, de preferência os não praticantes!

domingo, 29 de novembro de 2009

HOMEM É DE GUERRA E MULHER É DE PAZ.

Homem é de guerra e mulher é de paz. É mais uma característica para compor o que se define por feminilidade. Ser feminina é ser de paz, ser dócil, ser romântica, ser fiel. Bem conveniente, não?
Simone de Beauvoir disse em O SEGUNDO SEXO: "Contra toda afronta, contra toda tentativa de reduzi-lo a objeto, o homem tem o recurso de bater, de se expor aos golpes; não se deixa transcender por outrem, reencontra-se no seio de sua subjetividade. A violência é a prova autêntica da adesão de cada um a si mesmo, a suas paixões, a sua própria vontade, recusá-la radicalmente é recusar-se toda verdade objetiva, é encerrar-se numa subjetividade abstrata... Um homem pode por o mundo em discussão sem cessar, pode a cada instante insurgir-se contra o que lhe foi dado e tem, portanto, a impressão, quando o aceita, de o confirmar ativamente, a mulher não faz senão suportá-lo: o mundo define-se sem ela e tem um aspecto imutável. Essa impotência física é traduzida por uma timidez mais geral: ela não acredita numa força que não experimentou em seu corpo; não ousa empreender, revoltar-se, inventar: votada à docilidade, à resignação, não pode senão aceitar na sociedade um lugar já preparado".
Olhando a situação da mulher no mundo atual, nada mais se torna tão maléfico quanto espalhar a idéia de que mulher é de paz. Muitas mulheres ainda precisam gerrear para conquistar sua liberdade. Na arena social e sexual, temos que aprender a nos defender e a atacar. Temos que recusar as características culturais, propositadamente assumidas como biológicas, que nos impuseram até hoje. Estas características não nos beneficiaram. Devemos construir uma nova idéia do que é ser mulher que, no meu ponto de vista, não difere muito daquilo que é ser homem.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

PAPO DE MULHER

Segundo dados do IBGE, a taxa de pobreza, aqui no Brasil, diminuiu 11,8%, desde 2002. Marcio Pochmann, presidente do IPEA, baseado nesses números do IBGE, estabeleceu a relação entre as crises econômicas e a pobreza. Ele lembrou que em outros períodos de crises, os pobres foram os mais atingidos, coisa que não aconteceu neste último período. Em crises anteriores, o salário mínimo chegou a perder 33,6% do poder aquisitivo. Nesta última crise manteve-se 8% superior. Este fato e outras ações de garantia de renda para os pobres fizeram com que a taxa de redução da pobreza se mantivesse. Mas as participantes do SAIA JUSTA não dariam importância a este fato!
Nesta última quarta-feira, criticaram o Lula pelo fato de ele ter recebido o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadnejad. "Não pode receber um presidente eleito através de um processo eleitoral fraudulento". O engraçado é que quando o Brasil acolheu, na embaixada, o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, deposto através de um golpe de estado, elas criticaram o Lula. Não concordei com a vinda de Mahmoud Ahmadnejad, mas acho que elas usam dois pesos e duas medidas. O que importa é criticar o Lula. O que importa é criticar os políticos, mas é claro que o Lula é o alvo preferido. Um casal caiu num poço profundo quando o piso de sua cozinha desabou. "A culpa foi do governo". Perguntaram, umas para as outras, com desdém explícito, se iriam ver o filme sobre o Lula. Responderam, com o mesmo desdém, que não. E para finalizar os comentários políticos, falaram sobre o episódio em que Caetano Veloso chamou Lula de analfabeto. Uma atitude preconceituosa que jamais seria tomada por um verdadeiro intelectual. A mãe de Caetano, dona Canô, pediu desculpas, pelo filho, em público, ao presidente. As participantes do programa comentaram que o Lula ligou para dona Canô para dizer que desculpava Caetano. Elas não criticaram Caetano, mas criticaram o Lula por ter ligado para dona Canô. Bete disse que , diante da atitude de Lula, estava com vontade de vomitar.
Nesta hora, eu que tive vontade de vomitar. É por isso que eu prefiro ouvir homem falando de bunda de mulher do que ouvir mulher falando de política. Que me desculpem as raras politizadas! Aliás, por favor, apareçam!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

ORGULHO DE SER ATÉIA

Ser atéia significa apenas não acreditar em algo que não tenha evidências de que seja verdadeiro. Quando eu digo que sou atéia, não estou dizendo algo sobre o meu caráter, mas estou dizendo muito sobre minha racionalidade. O pensamento racional não é importante apenas para o desenvolvimento científico e tecnológico. Ele é fundamental para a evolução dos conceitos éticos. A razão, e não a fé, continua sendo o motor do desenvolvimento humano em todos os aspectos. E por defender e tentar promover, de acordo com minhas possibilidades, o pensamento racional eu digo que tenho orgulho de ser atéia!

NÃO VIVEMOS NUM PAÍS LAICO!

Há milhares de anos atrás, a homossexualidade era considerada normal. Na Grécia e na Roma antigas era assim. Era assim porque o sexo não tinha como único objetivo a procriação. Mas os judeus pregavam o oposto: sexo só para procriação! Os cristãos seguiram esta linha. Com a expansão do cristianismo as coisas ficaram nada boas para os gays. Foi o imperador cristão Justiniano, no século VI, quem promulgou o primeiro texto de lei proibindo a homossexualidade. Com o surgimento do islamismo, no século VII, as coisas só pioraram. Desde então, os historiadores registram punições (prisões, trabalhos forçados, mortes, etc), incriminações (os gays já foram e são incriminados por várias catástrofes como peste negra, fome, guerras, final dos tempos, etc) e preconceitos. Milhares de gays chegaram a ser submetidos à retirada de um pedaço do cérebro na intenção de cura e até hoje são submetidos à "curas espirituais". Em fim, o cristianismo tem uma dívida imensa com a comunidade gay. Os cristãos não só não reconhecem a dívida como insistem em aumentá-la, pois tentam barrar qualquer possibilidade de conquista de direitos civis por parte desta comunidade.
Discriminar alguém por sua opção sexual é o mesmo que discriminar alguém pela cor da pele. Ninguém escolhe ser homossexual e ainda que a homossexualidade fosse uma escolha não haveria justificativa para a discriminação. Se o sexo é consensual, se não há agressão física, se nos preocupamos com nossa saúde e com a saúde do outro, tudo pode. Sexo oral, sexo anal, sexo grupal, sexo com pessoas do mesmo sexo, tudo pode. Quando duas ou mais pessoas decidem se relacionar sexualmente, onde quer que elas estejam, não há espaço para questões morais. Duvido que alguém consiga mostrar onde está a moralidade ou a imoralidade no fato de pessoas adultas fazerem sexo, seja de que maneira for. Há as convenções sociais, claro. Mas estas devem valer tanto para heterossexuais como para homossexuais. Beijar em público, andar de mãos dadas, etc, se um grupo pode o outro também pode. Se um grupo não pode o outro também não pode.
Há um projeto de lei em andamento no legislativo para tornar a homofobia crime. Camille Paglia disse: "... a conduta sexual não pode e não deve ser legislada a partir de cima. Toda e qualquer intrusão de figuras de autoridade no sexo é totalitária". Realmente, este projeto de lei não deveria ser necessário. Mas, infelizmente, vivemos num país onde a religião influencia 93% da população, então não podia ser diferente. Na Carta Capital de outubro de 2009, há uma matéria revelando que nunca evangélicos e católicos controlaram tantas rádios e tevês e nunca antes empreenderam ofensiva tão organizada para ampliar seu poder político. Rivais na competição por fiéis, aliados quando se trata de "moralizar" a nossa sociedade. Seus representantes estam no congresso para impedir a discriminalização do aborto, a discriminalização do uso de drogas, os avanços da ciência, etc. Quem não lembra do ex-ministro do supremo, representante da igreja católica, que votou contra a pesquisa de células tronco? Pensemos nisso nas próximas eleições. Eleger quem irá votar contra nós mesmos é, no mínimo, burrice!

sábado, 7 de novembro de 2009

ACHO QUE EU VI UM ET!

Acho que eu vi um extraterrestre! Parece que ele tem o poder de assumir a forma humana! Era covarde a criatura! Disfarçou-se de uma colega médica. Vou contar como aconteceu. Cheguei para o plantão e o danado estava no estar médico, navegando na internet. De repente, ele viu na tela do computador o seguinte texto: "mulher, acusada de adultério, é enterrada viva até o pescoço e depois apedrejada". Ele leu em voz alta em tom de espanto. Achei estranho. Parecia que a colega, digo, o ET, nunca ouvira falar de tal prática. Eu disse: isto é religião! O visitante de outro planeta contestou: "isto não é religião". Comentei que este crime era cometido por fiéis do islamismo, uma das três grandes religiões monoteístas. Ele argumentou que os nordestinos também matam suas esposas adúlteras usando facas e armas de fogo. Ele disse que isso era coisa de homem e que homem faz isso porque não presta. Que esperto o alienígena! Até usou um clichê muito comum entre as mulheres. Expliquei que os deuses são mesmo criados pelos homens e que estes deuses, de maneira muito conveniente para seus criadores, costumam decretar a inferioridade e a restrição da liberdade femininas e as punições para as que ousam questioná-las. Lamentei que as mulheres não enxergassem isto. Já estava indignada com tanta alienação. Encerrei o papo.
Depois, pensando sobre o que aconteceu, concluí que uma médica, habitante do planeta Terra, não questionaria o fato de que os mulçumanos, pondo em prática a sharia, apedrejam as adúlteras num estádio de futebol, no intervalo entre as partidas, para aproveitar a platéia. Não! Só poderia ser um ET.
Se eu tivesse suspeitado antes, teria controlado minha indignação. Teria explicado, calmamente, que os crimes pela honra, aqui do Nordeste brasileiro, também são motivados pela religião. Neste caso, pelo cristianismo que também trata a mulher como ser inferior e propriedade do homem. Felizmente, o Ocidente passou pelo iluminismo que diminuiu o poder da igreja. Se a igreja tivesse o poder que tinha, antes do iluminismo, as mulheres ainda estariam sendo punidas pela inquisição, coisa que aconteceu até meados de 1850, inclusive aqui no Brasil. No Ceará, a inquisição também fez suas vitimas. Acho que o ET teria entendido e concordado comigo. Apedrejar mulheres por adultério é coisa de religião, sim! Mas que culpa eu tive? Quem mandou ele se disfarçar de colega médica!

VIVER A VIDA É PARA OS HOMENS.

Alberto Chong, em entrevista na revista Época, afirma que as telenovelas tem impacto nos lares brasileiros. Ele citou o caso da taxa de natalidade cuja queda foi influenciada pela progressiva redução do número de filhos dos participantes das tramas. Realmente, há impactos positivos e negativos. A abordagem de temas como racismo e homossexualismo vem ficando cada vez mais madura, contribuindo para diminuição dos preconceitos. Mas, nas telenovelas, como na vida, no que se refere à liberdade sexual, a única conquista feminina foi o direito de transar com o namorado. Sexo só por prazer é um direito das vilãs.
Não poderia ser diferente. São dois mil anos de cristianismo punindo a busca pelo prazer e limitando a liberdade sexual da mulher. O autor da novela Viver a Vida é mestre em transmitir a mensagem cristã. Já comentei sobre isto neste blog. Depois de querer aproveitar, intensamente, uma viagem, a personagem de Aline Moraes sofreu um acidente que a deixará tetraplégica. A mensagem é: a busca pelo prazer não compensa! Mas ela não é assim tão explícita. O autor tem o cuidado de associar, à personagem, outras características indesejáveis como inveja e egoísmo. Assim, fica parecendo que ela está sendo punida não pela busca do prazer e sim por ser uma garota mimada. Por que não mostram uma situação inversa? Uma mulher, metida a santa, sofre um acidente, fica tetraplégica e percebe que perdeu tempo demais sem viver a vida.
Nunca vi as mulheres denunciando a terrível condição feminina nas telenovelas. Com os gays e com os negros é bem diferente!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

PREMONIÇÃO?

Depois de escrever o texto anterior, fiquei sabendo que algumas horas depois, um militar americano, mulçumano, médico, atirou em várias pessoas. Matou algumas e feriu outras. Isso aconteceu numa base militar dos Estados Unidos. Lá, são preparados os soldados que irão para o Afeganistão. Testemunhas afirmam que o sujeito considerava os homens-bomba heróis. Mas não! Premonição não existe, existe a razão. O pensamento racional é capaz de prever que episódios como este se repetirão se não for detida a influência maligna das religiões. Então, novamente, eu peço: vamos acordar!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ACORDA!

Ocorreram, na semana passada, dois atentados. Um em Peshwar, no Paquistão. Um carro-bomba e um motorista suicida explodiram, num local frequentado, principalmente, por mulheres e crianças. Mais de cem pessoas morreram. O outro foi no Iraque. Mais de cento e sessenta pessoas mortas.
Vilma Gryzinsk, na revista Veja, criticou o silêncio mundial a respeito destas tragédias. Parabéns para ela! Já comentei sobre este silêncio em outro texto deste blog. Ele se deve ao injustificado e extremo respeito que se tem pelas religiões. Eu fico me perguntando: o que abalará este respeito? Os líderes religiosos levantam, explicitamente, as bandeiras do atraso, do conservadorismo, da violência, do preconceito, do charlatanismo e da ignorância. No entanto, ao contrário do que se deveria esperar, o respeito às crenças infundadas só aumenta! O que fará as pessoas acordarem? Talvez a bomba atômica do Irã, carregada na mochila de um mulçumano suicida, explodindo no meio de uma grande metrópole ocidental! BUUUUUUUUUUUUM!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

DITADURA DA BELEZA PARA ELES TAMBÉM.

Na revista Época, do dia 19/10/09, há uma matéria sobre a crescente infelicidade feminina. Pesquisas mostram mulheres cada vez mais tristes, principalmente após os 40 anos. Considerando que mulheres e homens vem trabalhando número de horas semelhante e que os homens vem dividindo, cada vez mais, as tarefas domésticas e as horas que passam com os filhos, a culpa foi colocada na famosa ditadura da beleza. Todos a criticam como se ela fosse algo novo ou uma armadilha das indústrias de roupas e cosméticos.
Nem uma coisa nem outra. Na natureza, a beleza é importante no processo de seleção sexual. A fêmea do pavão escolhe o macho que tiver a cauda mais bela. A beleza seria importante de maneira direta ou indireta. Há essa discussão entre os evolucionistas. De maneira direta, a própria beleza atrairia as fêmeas. De maneira indireta, a beleza indicaria a qualidade dos genes dos machos. No reino animal, é comum que as fêmeas escolham os machos, como no exemplo dos pavões. Em relação à espécie humana, não é possível saber quem escolhia quem. Se as mulheres escolhiam os homens ou se eram escolhidas por eles. Isso entre os nossos ancestrais. Alguns cientistas concordam que , neste caso, houve e ainda há uma via de mão dupla. Só que, em algum momento, nos processos de escolha, as mulheres passaram a dar mais importância a outras características nos homens : força, gentileza, sucesso profissional, status, etc. Já para eles a beleza continuou sendo importante. Isso aconteceu, provavelmente, quando se estabeleceu a superioridade masculina e a mulher passou a ser dependente do homem. Houve épocas em que a beleza masculina foi valorizada, mas apenas como símbolo de poder, não como meio direto para seduzir as mulheres.
Quem é capaz de negar que ter um relacionamento com alguém belo é bom pra caramba? Exageros à parte, por que seria algo ruím tentar permanecer belo o maior tempo possível? Ou mesmo tentar tornar-se belo? Há maneiras saudáveis de moldar corpo e rosto. O modo de se vestir também ajuda. Então por que essa reação à ditadura da beleza? Acontece que os padrões de beleza mudaram. São mais difíceis de serem alcançados, ainda mais com a gastronomia à nossa disposição. O mundo globalizado também expõe mais as pessoas, ou seja, a concorrência fica maior. E o principal é que a mulher, antigamente, tinha todo o tempo do mundo para cuidar da beleza. Claro, ela não tinha que dividir o tempo com o trabalho. Então a ditadura da beleza nos coloca em desvantágem em relação aos homens? É obvio que sim. Desde que não cobramos beleza deles também. Para a mulher é feio dizer que dá importância à beleza. Elas dizem: "beleza não é fundamental", "o que importa não é a beleza", etc. Outro dia, no programa Fantástico, um grupo de mulheres tentava resolver o problema de uma jovem que estava com sobrepeso. Por causa disso ela não conseguia tirar a roupa na frente do marido. Para minha surpresa o marido era mais gordo que ela. Ela era até bonita. Ele era feio mesmo, mas não estava preocupado com isso. Os homens que frequentam as academias malham para eles mesmos. As mulheres malham para agradá-los.
A mulher pode ser independente. O sexo não está mais, necessariamente, ligado à procriação. Chegou a hora de valorizar a beleza masculina também. Temos esse direito. Os homens ficam atraentes por mais tempo que as mulheres? É visível que os homens mais velhos considerados "charmosos" sempre contam com a ajuda de uma boa conta bancária ou status. Assim, nós também podemos ficar atraentes por mais tempo. O tempo é algo que realmente não podemos desperdiçar. A mulher, quando jovem, fica prisioneira de falsos valores morais e não aproveita a beleza própria da juventude. Mais ou menos perto dos 40 anos, quando ela consegue se libertar um pouco desses falsos valores morais ai ela torna-se prisioneira do seu corpo. É cruel, mas podemos mudar essa realidade!
Mas e aí, as feias não tem chances? Sejamos realistas, para o sexo casual, elas, com certeza, terão menos chances. Mas para conseguir parceiros fixos, nada que cuidados para melhorar a aparência, cultura, humor, conhecimento, sucesso profissional e outras coisas legais não resolvam!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

VALE TUDO

A igreja católica, sob o comando de Joseph Ratzinger, planeja a absolvição de Padre Cícero. A reabilitação é o primeiro passo para a beatificação e até canonização. Se esta acontecer será a segunda no Brasil, num curto espaço de tempo. O objetivo é nítido: barrar a perda de fiéis para a igreja evangélica. Enquanto ainda era vivo, Padre Cícero foi renegado pela igreja, acusado de falsos milagres. A hóstia dada por ele, transformava-se em sangue na boca de uma beata. Não sei por que o todo poderoso se ocuparia de milagres tão inúteis se há tantos problemas graves no mundo que ele criou; como crêem os religiosos, é claro! Após investigação, chegou-se à conclusão de que a beata era uma impostora. Mas não foi pela inutilidade dos milagres nem pela falta de comprovação que a igreja não os reconheceu, afinal, esta tem até uma classificação para esses milagres inúteis: são os "milagres eucarísticos" e nenhum milagre até hoje foi provado cientificamente. Segundo artigo na revista Aventuras na História, na época, o clero não aceitava manifestação da fé popular, ainda mais quando a população era do interior do Brasil.
Esta semana, foi divulgado que Joseph Ratzinger também vem estimulando a conversão de fiéis e clérigos da igreja anglicana para o catolicismo. O objetivo é atender anglicanos conservadores descontentes com a nomeação de mulheres e bispos homossexuais.
É assim! Vale tudo para não perder o poder! Absolver mortos que já foram considerados párias da fé ou acolher, de braços abertos, pessoas que tem preconceitos contra os gays e tratam as mulheres como seres inferiores. Acho que qualquer fiel da igreja católica deveria envergonhar-se de ser membro de tal instituição, principalmente gays e mulheres. Os gays frequentam as igrejas mas não lotam seus bancos pois não são tão numerosos, mas as mulheres, estas sim, lotam os bancos de igrejas, erguem os braços e louvam o fato de serem o segundo sexo.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

ELES INSISTEM

Na semana passada, na novela viver a vida, aparece uma cena de conflito entre duas irmãs. Uma é politicamente correta e a outra é o oposto. Até ai tudo bem, é mais uma velha batalha do bem contra o mal. Mas dessa vez o autor se superou na tentativa insistente, não só por parte dele mas de todos os outros autores, de fazer com que a atitude da personagem em relação ao sexo reforce seu caráter.
Na cena, a irmã má debocha do fato da "certinha" ser virgem, diz que não quer parceiro fixo, quer só "ficar", ou seja, é sexualmente livre. Na mesma cena, chega a desejar que sua irmã morra num acidente de avião, por isso sua mãe a chama de serpente. Lembram da serpente? É aquela mesma que estam pensando, a da bíblia. Sacaram a mensagem? Se não sacaram, vou revelar para vocês. Pessoas que tem liberdade sexual são imorais e serão punidas no final. Pessoas sexualmente "bem comportadas" tem bom caráter e merecem viver felizes para sempre no final. Façam uma retrospectiva das novelas e verão que as personagens do bem só transam por amor, são sempre fiéis, quando não o são se arrependem e nunca usam o sexo para conseguir algo para o bem ou para o mal. Os vilões são furacões na cama, fazem sexo porque gostam, por prazer ou para alcançar seus objetivos. Numa outra novela, do mesmo autor, a "mocinha" tinha até nome de santa, Edwirges. Sua rival que se chamava Gracinha (ou seja, só um corpo bonito) usou o sexo para separar o par romântico e dar o golpe do baú. Em caminho das índias, a Norminha, mulher do guarda, enganava o marido, mas como era uma personagem cômica não sofreu punições. Já na novela a favorita, a mulher do prefeito foi punida com espancamento em praça pública, loucura e morte.
Os exemplos são inúmeros. Parece até tática nazista: repetir uma mentira muitas vezes até que ela se torne verdade. A tática é dos nazistas mas a mensagem é dos religiosos. Estes querem tornar a liberdade sexual uma questão de caráter, de mau caráter. Claro, as religiões se alimentam da culpa, do sofrimento, do desprazer nessa vida para que a promessa de paraíso após a morte seja um alento.
A vida é aqui e agora. O sexo é uma necessidade do ser humano. O prazer pelo sexo e o pleno exercício deste prazer não falam nada sobre o caráter de alguém. Então, Manoel Carlos e colegas de profissão, tem gente aqui bem crescidinha que sabe muito bem onde está e onde não está a moral na estória e na História.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

AINDA NÃO SOMOS LIVRES.

Outro dia, num programa de reportagens, um jovem repórter estava fazendo uma matéria numa feira livre. Ele perguntou a uma senhora idosa se poderia acompanhar suas compras. Ela respondeu num tom sedutor: " claro, mas antes devo dizer que você é lindo". Suzana Vieira, no programa sexo e amor, estava bastante à vontade e interessada em falar de sua vida sexual. Chegou a dizer que já transara decorando textos.
O que esse desprendimento significa? Que a mulher é livre para dizer e fazer o que quer? Infelizmente não. Essas mulheres agiram assim porque a idade lhes concedeu a carta de alforria.
As mulheres jovens, ainda hoje, são obrigadas a assumir uma atitude passiva. Se tomam a iniciativa são chamadas de oferecidas. Os homens conquistam, as mulheres se oferecem. Também não podem falar abertamente de sua vida sexual . O que se observa é que as jovens diminuem o número de parceiros que tiveram ao longo da vida. Os homens aumentam, as mulheres diminuem. Muitas se dizem inexperientes sem, na verdade, o serem. Não negam que tem vida sexual ativa, mas ressaltam que é com o "namorado".
Por que elas agem assim? Porque o interesse maior é conseguir um marido. Os homens não querem casar com mulheres livres. Vivenciar e assumir uma liberdade pode significar a perda da chance de ter uma vida conjugal, algo ainda muito importante para as brasileiras.
Há momentos em que é interessante para o homem encontrar mulheres bonitas, dispostas a transas sem "burocracia" e que não reclamem compromisso para depois. Então ele abre um hiato na sua exigência de recato. O carnaval, é um exemplo típico. Do sábado até a quarta-feira de cinzas, tudo pode. O "currículo" da mulher não ficará prejudicado!
Quando a idade avança e o casamento já não é mais uma possibilidade, aí elas se liberam, não precisam mais vender uma imagem de recatadas para o sexo oposto. Mas a liberdade é um bem maior, é necessário ter sempre. Ser livre quando não se é mais sexualmente atraente é como parar de fumar depois de ter câncer no pulmão. Lembrem-se que nem todas tem a fama e o poder econômico que algumas globais tem.
As mulheres devem conquistar sua liberdade e não esperar por concessões. As primeiras que levantarem a bandeira da liberdade, poderão realmente ter dificuldades de encontrar um parceiro fixo, já que são raros os homens que respeitam e curtem a liberdade feminina. Estes, vocês verão, são muito melhores e mais interessantes. Com o tempo todos perceberão que perdem muito por não terem diante de se um ser humano também livre. Quer ser heroína? Nunca foi tão fácil!

sábado, 10 de outubro de 2009

O SILÊNCIO DOS CÚMPLICES

Esta semana, no Paquistão, houve uma explosão de um carro bomba. O carro estava numa área movimentada. Várias pessoas ficaram feridas e, aproximadamente, 50 pessoas morreram. Entre as que morreram, havia mulheres e crianças. A televisão, o rádio, os jornais e a internet relataram o acontecimento. Todos os dias são transmitidas notícias semelhantes.
A suspeita era de que a autoria desse crime covarde, teria sido do grupo talebã. Mas o que motiva o grupo talebã? A resposta é simples: a RELIGIÃO. É ela a verdadeira vilã. Por que os jornalistas e "intelectuais" não denunciam a incentivadora desse e de tantos outros atos que prejudicam a humanidade? Eles dizem: o problema não é a religião, mas o fundamentalismo religioso, o radicalismo. Seria estranho se os autores do crime fossem radicais no respeito pela vida humana, fossem radicalmente éticos ou fossem radicalmente generosos. Infelizmente eles não são assim, eles são radicalmente religiosos. Seria muito estranho saber que esses assassinos lêem a DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Infelizmente eles não a lêem, eles lêem o corão, a bíblia e outros livros sagrados. Mas ninguém ousa criticar a religião. Por que?
A resposta também é muito simples. Se eu tenho as minhas crenças, como vou criticar as dos outros? Se eu digo que determinada crença é insana, como vou defender a minha? Como disse Caetano Veloso: "... narciso acha feio o que não é espelho". Podemos inverter a frase: narciso acha bonito o que é espelho. Os religiosos são ums espelhos dos outros, todos tem o mesmo motor: a fé. Esse silêncio é um silêncio de cumplicidade. Felizmente sou atéia, não preciso calar-me.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

TRAIÇÃO

No programa SAIA JUSTA da quarta-feira, canal GNT, dia 23/09/09, foi discutida a seguinte questão: traição, saber ou não saber? Contar ou não contar?
Houve um consenso no debate entre as participantes. Todas trataram a traição como um crime com suas vítimas, algozes, danos e punições. "Há falsidade sempre que há regime coercivo. A proibição e o contrabando são inseparáveis, no amor como no comércio", diz Fourier. Um pouco de conhecimento sociológico, histórico e biológico basta para concluir que a fidelidade é culturalmente imposta, não é natural. O amor por uma pessoa não impede o desejo por outras. Esse desejo deve ser respeitado, afinal, não somos propriedades uns dos outros. Se há este entendimento, não cabem termos como traição, vítimas, algoz, punição. Não são muitos, mas existem companheiros que vivem assim; amam-se, mas são livres para outras experiências. Estas podem ou não ser compartilhadas... há liberdade para isso também. Mas, se não são compartilhadas, não há a fantasia de que não aconteçam. Então, o que há em um relacionamento como este? Há cumplicidade, maturidade, segurança e, para quem quiser experimentar, há mais erotismo e mais sensualidade.
Infelizmente a maioria das pessoas cobra a exclusividade. Assim, mais cedo ou mais tarde, serão vítimas ou algozes. Melhor saber ou não saber? Melhor contar ou não contar? Enquanto homens e mulheres não saírem do jardim da infância da sexualidade, melhor não saber, melhor não contar.

GAY E MULÇUMANO?

Na edição número 592 da revista época há uma matéria sobre Adnan Ali. Ele é gay e mulçumano. Fundou a representação britânica da ONG americana Al-fatiha. Luta pela aceitação do homossexualismo pela religião islâmica.
Gostaria de saber se sua ONG também é engajada na luta pela melhoria de vida das mulheres mulçumanas? Estas tem seus direitos humanos diariamente violados: são submetidas à clitorectomia, são casadas com desconhecidos, são impedidas de estudar, são obrigadas a usar roupas que cobrem todo o seu corpo, são assassinadas se buscam prazer, enfim, a lista é imensa. Será que sua ONG combate os regimes ditatoriais do mundo islâmico? Será que critica a arma que os mulçumanos usam contra os "infiéis", ou seja, o terrorismo? Há muito o que mudar.
É quase impossível que ele alcance seu objetivo. As religiões, não só o islamismo, são inimigas do prazer sem culpa, da liberdade sexual. Em todo caso, não vejo como a aceitação do homossexualismo tornaria o islamismo melhor. Vejo sim, que a diminuição da importância que a religião tem na vida das pessoas tornaria o mundo muito melhor. Se Adnan Ali lutasse por esta causa , prestaria maior serviço não só aos gays, mas à toda humanidade.

domingo, 27 de setembro de 2009

POLIAMORISMO

A coexistência de duas ou mais relações afetivas paralelas, nas quais as pessoas se aceitam mutuamente, motiva a partilha de bens em três partes iguais, segundo decisão inédita por um juiz de Rondônia. Em Ação Declaratória de União Estável, o juiz Adolfo Naujorks, da comarca de Porto Velho, determinou a divisão dos bens de um homem, entre ele, a esposa com quem era legalmente casado, e a companheira com quem teve filhos e conviveu durante trinta anos. O juiz fundamentou sua decisão em entendimento da psicologia que chama essa relação triangular pacífica de poliamorismo.
Essa decisão sinaliza uma mudança muito bem vinda nas relações interpessoais. Aproxima-se o dia em que homems e mulheres entenderão que a exigência de exclusividade é incompatível com a autenticidade do amor. Quando amamos realmente alguem, reconhecemos sua liberdade, inclusive para desejar e amar outras pessoas.
É possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo? Tento responder com duas perguntas: podemos não gostar de várias pessoas ao mesmo tempo? Se não há limite para o desamor, por que há limite para o amor?

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O SEGUNDO SEXO

O nome do blog foi escolhido para homenagear Simone de Beauvoir. Baseada em conhecimento vasto e munida de profundo senso crítico , ela definiu o sexo feminino como o segundo sexo. Em 1949 , lançando seu livro de mesmo nome , desmistificou a idéia do "eterno feminino". Explicitou de maneira definitiva as razões pelas quais "nós não nascemos mulheres , nós nos tornamos mulheres". Ela achava que até aquela época não haviam sido dadas as mesmas oportunidades para as mulheres se fazerem iguais aos homens.
Sessenta anos depois nós ainda somos o segundo sexo. Ainda não foram dadas as oportunidades ou nós não as aproveitamos ? E por que não as aproveitamos? Esse é meu questionamento.
Simone de Beauvoir foi uma mulher singular , rara . Sou sua fã desde jovem. Seria maravilhoso que ela estivesse entre nós e nos desse de presente sua visão extremamente lúcida do que é ser homem e do que é ser mulher hoje. Inspiradas nela , todas as mulheres deveriam continuar identificando as desigualdades , sem se deixarem iludir por conquistas individuais. Estas devem ser coletivas. Faço neste espaço a minha parte.