sábado, 7 de novembro de 2009

VIVER A VIDA É PARA OS HOMENS.

Alberto Chong, em entrevista na revista Época, afirma que as telenovelas tem impacto nos lares brasileiros. Ele citou o caso da taxa de natalidade cuja queda foi influenciada pela progressiva redução do número de filhos dos participantes das tramas. Realmente, há impactos positivos e negativos. A abordagem de temas como racismo e homossexualismo vem ficando cada vez mais madura, contribuindo para diminuição dos preconceitos. Mas, nas telenovelas, como na vida, no que se refere à liberdade sexual, a única conquista feminina foi o direito de transar com o namorado. Sexo só por prazer é um direito das vilãs.
Não poderia ser diferente. São dois mil anos de cristianismo punindo a busca pelo prazer e limitando a liberdade sexual da mulher. O autor da novela Viver a Vida é mestre em transmitir a mensagem cristã. Já comentei sobre isto neste blog. Depois de querer aproveitar, intensamente, uma viagem, a personagem de Aline Moraes sofreu um acidente que a deixará tetraplégica. A mensagem é: a busca pelo prazer não compensa! Mas ela não é assim tão explícita. O autor tem o cuidado de associar, à personagem, outras características indesejáveis como inveja e egoísmo. Assim, fica parecendo que ela está sendo punida não pela busca do prazer e sim por ser uma garota mimada. Por que não mostram uma situação inversa? Uma mulher, metida a santa, sofre um acidente, fica tetraplégica e percebe que perdeu tempo demais sem viver a vida.
Nunca vi as mulheres denunciando a terrível condição feminina nas telenovelas. Com os gays e com os negros é bem diferente!

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