domingo, 29 de novembro de 2009

HOMEM É DE GUERRA E MULHER É DE PAZ.

Homem é de guerra e mulher é de paz. É mais uma característica para compor o que se define por feminilidade. Ser feminina é ser de paz, ser dócil, ser romântica, ser fiel. Bem conveniente, não?
Simone de Beauvoir disse em O SEGUNDO SEXO: "Contra toda afronta, contra toda tentativa de reduzi-lo a objeto, o homem tem o recurso de bater, de se expor aos golpes; não se deixa transcender por outrem, reencontra-se no seio de sua subjetividade. A violência é a prova autêntica da adesão de cada um a si mesmo, a suas paixões, a sua própria vontade, recusá-la radicalmente é recusar-se toda verdade objetiva, é encerrar-se numa subjetividade abstrata... Um homem pode por o mundo em discussão sem cessar, pode a cada instante insurgir-se contra o que lhe foi dado e tem, portanto, a impressão, quando o aceita, de o confirmar ativamente, a mulher não faz senão suportá-lo: o mundo define-se sem ela e tem um aspecto imutável. Essa impotência física é traduzida por uma timidez mais geral: ela não acredita numa força que não experimentou em seu corpo; não ousa empreender, revoltar-se, inventar: votada à docilidade, à resignação, não pode senão aceitar na sociedade um lugar já preparado".
Olhando a situação da mulher no mundo atual, nada mais se torna tão maléfico quanto espalhar a idéia de que mulher é de paz. Muitas mulheres ainda precisam gerrear para conquistar sua liberdade. Na arena social e sexual, temos que aprender a nos defender e a atacar. Temos que recusar as características culturais, propositadamente assumidas como biológicas, que nos impuseram até hoje. Estas características não nos beneficiaram. Devemos construir uma nova idéia do que é ser mulher que, no meu ponto de vista, não difere muito daquilo que é ser homem.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

PAPO DE MULHER

Segundo dados do IBGE, a taxa de pobreza, aqui no Brasil, diminuiu 11,8%, desde 2002. Marcio Pochmann, presidente do IPEA, baseado nesses números do IBGE, estabeleceu a relação entre as crises econômicas e a pobreza. Ele lembrou que em outros períodos de crises, os pobres foram os mais atingidos, coisa que não aconteceu neste último período. Em crises anteriores, o salário mínimo chegou a perder 33,6% do poder aquisitivo. Nesta última crise manteve-se 8% superior. Este fato e outras ações de garantia de renda para os pobres fizeram com que a taxa de redução da pobreza se mantivesse. Mas as participantes do SAIA JUSTA não dariam importância a este fato!
Nesta última quarta-feira, criticaram o Lula pelo fato de ele ter recebido o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadnejad. "Não pode receber um presidente eleito através de um processo eleitoral fraudulento". O engraçado é que quando o Brasil acolheu, na embaixada, o presidente de Honduras, Manuel Zelaya, deposto através de um golpe de estado, elas criticaram o Lula. Não concordei com a vinda de Mahmoud Ahmadnejad, mas acho que elas usam dois pesos e duas medidas. O que importa é criticar o Lula. O que importa é criticar os políticos, mas é claro que o Lula é o alvo preferido. Um casal caiu num poço profundo quando o piso de sua cozinha desabou. "A culpa foi do governo". Perguntaram, umas para as outras, com desdém explícito, se iriam ver o filme sobre o Lula. Responderam, com o mesmo desdém, que não. E para finalizar os comentários políticos, falaram sobre o episódio em que Caetano Veloso chamou Lula de analfabeto. Uma atitude preconceituosa que jamais seria tomada por um verdadeiro intelectual. A mãe de Caetano, dona Canô, pediu desculpas, pelo filho, em público, ao presidente. As participantes do programa comentaram que o Lula ligou para dona Canô para dizer que desculpava Caetano. Elas não criticaram Caetano, mas criticaram o Lula por ter ligado para dona Canô. Bete disse que , diante da atitude de Lula, estava com vontade de vomitar.
Nesta hora, eu que tive vontade de vomitar. É por isso que eu prefiro ouvir homem falando de bunda de mulher do que ouvir mulher falando de política. Que me desculpem as raras politizadas! Aliás, por favor, apareçam!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

ORGULHO DE SER ATÉIA

Ser atéia significa apenas não acreditar em algo que não tenha evidências de que seja verdadeiro. Quando eu digo que sou atéia, não estou dizendo algo sobre o meu caráter, mas estou dizendo muito sobre minha racionalidade. O pensamento racional não é importante apenas para o desenvolvimento científico e tecnológico. Ele é fundamental para a evolução dos conceitos éticos. A razão, e não a fé, continua sendo o motor do desenvolvimento humano em todos os aspectos. E por defender e tentar promover, de acordo com minhas possibilidades, o pensamento racional eu digo que tenho orgulho de ser atéia!

NÃO VIVEMOS NUM PAÍS LAICO!

Há milhares de anos atrás, a homossexualidade era considerada normal. Na Grécia e na Roma antigas era assim. Era assim porque o sexo não tinha como único objetivo a procriação. Mas os judeus pregavam o oposto: sexo só para procriação! Os cristãos seguiram esta linha. Com a expansão do cristianismo as coisas ficaram nada boas para os gays. Foi o imperador cristão Justiniano, no século VI, quem promulgou o primeiro texto de lei proibindo a homossexualidade. Com o surgimento do islamismo, no século VII, as coisas só pioraram. Desde então, os historiadores registram punições (prisões, trabalhos forçados, mortes, etc), incriminações (os gays já foram e são incriminados por várias catástrofes como peste negra, fome, guerras, final dos tempos, etc) e preconceitos. Milhares de gays chegaram a ser submetidos à retirada de um pedaço do cérebro na intenção de cura e até hoje são submetidos à "curas espirituais". Em fim, o cristianismo tem uma dívida imensa com a comunidade gay. Os cristãos não só não reconhecem a dívida como insistem em aumentá-la, pois tentam barrar qualquer possibilidade de conquista de direitos civis por parte desta comunidade.
Discriminar alguém por sua opção sexual é o mesmo que discriminar alguém pela cor da pele. Ninguém escolhe ser homossexual e ainda que a homossexualidade fosse uma escolha não haveria justificativa para a discriminação. Se o sexo é consensual, se não há agressão física, se nos preocupamos com nossa saúde e com a saúde do outro, tudo pode. Sexo oral, sexo anal, sexo grupal, sexo com pessoas do mesmo sexo, tudo pode. Quando duas ou mais pessoas decidem se relacionar sexualmente, onde quer que elas estejam, não há espaço para questões morais. Duvido que alguém consiga mostrar onde está a moralidade ou a imoralidade no fato de pessoas adultas fazerem sexo, seja de que maneira for. Há as convenções sociais, claro. Mas estas devem valer tanto para heterossexuais como para homossexuais. Beijar em público, andar de mãos dadas, etc, se um grupo pode o outro também pode. Se um grupo não pode o outro também não pode.
Há um projeto de lei em andamento no legislativo para tornar a homofobia crime. Camille Paglia disse: "... a conduta sexual não pode e não deve ser legislada a partir de cima. Toda e qualquer intrusão de figuras de autoridade no sexo é totalitária". Realmente, este projeto de lei não deveria ser necessário. Mas, infelizmente, vivemos num país onde a religião influencia 93% da população, então não podia ser diferente. Na Carta Capital de outubro de 2009, há uma matéria revelando que nunca evangélicos e católicos controlaram tantas rádios e tevês e nunca antes empreenderam ofensiva tão organizada para ampliar seu poder político. Rivais na competição por fiéis, aliados quando se trata de "moralizar" a nossa sociedade. Seus representantes estam no congresso para impedir a discriminalização do aborto, a discriminalização do uso de drogas, os avanços da ciência, etc. Quem não lembra do ex-ministro do supremo, representante da igreja católica, que votou contra a pesquisa de células tronco? Pensemos nisso nas próximas eleições. Eleger quem irá votar contra nós mesmos é, no mínimo, burrice!

sábado, 7 de novembro de 2009

ACHO QUE EU VI UM ET!

Acho que eu vi um extraterrestre! Parece que ele tem o poder de assumir a forma humana! Era covarde a criatura! Disfarçou-se de uma colega médica. Vou contar como aconteceu. Cheguei para o plantão e o danado estava no estar médico, navegando na internet. De repente, ele viu na tela do computador o seguinte texto: "mulher, acusada de adultério, é enterrada viva até o pescoço e depois apedrejada". Ele leu em voz alta em tom de espanto. Achei estranho. Parecia que a colega, digo, o ET, nunca ouvira falar de tal prática. Eu disse: isto é religião! O visitante de outro planeta contestou: "isto não é religião". Comentei que este crime era cometido por fiéis do islamismo, uma das três grandes religiões monoteístas. Ele argumentou que os nordestinos também matam suas esposas adúlteras usando facas e armas de fogo. Ele disse que isso era coisa de homem e que homem faz isso porque não presta. Que esperto o alienígena! Até usou um clichê muito comum entre as mulheres. Expliquei que os deuses são mesmo criados pelos homens e que estes deuses, de maneira muito conveniente para seus criadores, costumam decretar a inferioridade e a restrição da liberdade femininas e as punições para as que ousam questioná-las. Lamentei que as mulheres não enxergassem isto. Já estava indignada com tanta alienação. Encerrei o papo.
Depois, pensando sobre o que aconteceu, concluí que uma médica, habitante do planeta Terra, não questionaria o fato de que os mulçumanos, pondo em prática a sharia, apedrejam as adúlteras num estádio de futebol, no intervalo entre as partidas, para aproveitar a platéia. Não! Só poderia ser um ET.
Se eu tivesse suspeitado antes, teria controlado minha indignação. Teria explicado, calmamente, que os crimes pela honra, aqui do Nordeste brasileiro, também são motivados pela religião. Neste caso, pelo cristianismo que também trata a mulher como ser inferior e propriedade do homem. Felizmente, o Ocidente passou pelo iluminismo que diminuiu o poder da igreja. Se a igreja tivesse o poder que tinha, antes do iluminismo, as mulheres ainda estariam sendo punidas pela inquisição, coisa que aconteceu até meados de 1850, inclusive aqui no Brasil. No Ceará, a inquisição também fez suas vitimas. Acho que o ET teria entendido e concordado comigo. Apedrejar mulheres por adultério é coisa de religião, sim! Mas que culpa eu tive? Quem mandou ele se disfarçar de colega médica!

VIVER A VIDA É PARA OS HOMENS.

Alberto Chong, em entrevista na revista Época, afirma que as telenovelas tem impacto nos lares brasileiros. Ele citou o caso da taxa de natalidade cuja queda foi influenciada pela progressiva redução do número de filhos dos participantes das tramas. Realmente, há impactos positivos e negativos. A abordagem de temas como racismo e homossexualismo vem ficando cada vez mais madura, contribuindo para diminuição dos preconceitos. Mas, nas telenovelas, como na vida, no que se refere à liberdade sexual, a única conquista feminina foi o direito de transar com o namorado. Sexo só por prazer é um direito das vilãs.
Não poderia ser diferente. São dois mil anos de cristianismo punindo a busca pelo prazer e limitando a liberdade sexual da mulher. O autor da novela Viver a Vida é mestre em transmitir a mensagem cristã. Já comentei sobre isto neste blog. Depois de querer aproveitar, intensamente, uma viagem, a personagem de Aline Moraes sofreu um acidente que a deixará tetraplégica. A mensagem é: a busca pelo prazer não compensa! Mas ela não é assim tão explícita. O autor tem o cuidado de associar, à personagem, outras características indesejáveis como inveja e egoísmo. Assim, fica parecendo que ela está sendo punida não pela busca do prazer e sim por ser uma garota mimada. Por que não mostram uma situação inversa? Uma mulher, metida a santa, sofre um acidente, fica tetraplégica e percebe que perdeu tempo demais sem viver a vida.
Nunca vi as mulheres denunciando a terrível condição feminina nas telenovelas. Com os gays e com os negros é bem diferente!

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

PREMONIÇÃO?

Depois de escrever o texto anterior, fiquei sabendo que algumas horas depois, um militar americano, mulçumano, médico, atirou em várias pessoas. Matou algumas e feriu outras. Isso aconteceu numa base militar dos Estados Unidos. Lá, são preparados os soldados que irão para o Afeganistão. Testemunhas afirmam que o sujeito considerava os homens-bomba heróis. Mas não! Premonição não existe, existe a razão. O pensamento racional é capaz de prever que episódios como este se repetirão se não for detida a influência maligna das religiões. Então, novamente, eu peço: vamos acordar!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

ACORDA!

Ocorreram, na semana passada, dois atentados. Um em Peshwar, no Paquistão. Um carro-bomba e um motorista suicida explodiram, num local frequentado, principalmente, por mulheres e crianças. Mais de cem pessoas morreram. O outro foi no Iraque. Mais de cento e sessenta pessoas mortas.
Vilma Gryzinsk, na revista Veja, criticou o silêncio mundial a respeito destas tragédias. Parabéns para ela! Já comentei sobre este silêncio em outro texto deste blog. Ele se deve ao injustificado e extremo respeito que se tem pelas religiões. Eu fico me perguntando: o que abalará este respeito? Os líderes religiosos levantam, explicitamente, as bandeiras do atraso, do conservadorismo, da violência, do preconceito, do charlatanismo e da ignorância. No entanto, ao contrário do que se deveria esperar, o respeito às crenças infundadas só aumenta! O que fará as pessoas acordarem? Talvez a bomba atômica do Irã, carregada na mochila de um mulçumano suicida, explodindo no meio de uma grande metrópole ocidental! BUUUUUUUUUUUUM!

terça-feira, 3 de novembro de 2009

DITADURA DA BELEZA PARA ELES TAMBÉM.

Na revista Época, do dia 19/10/09, há uma matéria sobre a crescente infelicidade feminina. Pesquisas mostram mulheres cada vez mais tristes, principalmente após os 40 anos. Considerando que mulheres e homens vem trabalhando número de horas semelhante e que os homens vem dividindo, cada vez mais, as tarefas domésticas e as horas que passam com os filhos, a culpa foi colocada na famosa ditadura da beleza. Todos a criticam como se ela fosse algo novo ou uma armadilha das indústrias de roupas e cosméticos.
Nem uma coisa nem outra. Na natureza, a beleza é importante no processo de seleção sexual. A fêmea do pavão escolhe o macho que tiver a cauda mais bela. A beleza seria importante de maneira direta ou indireta. Há essa discussão entre os evolucionistas. De maneira direta, a própria beleza atrairia as fêmeas. De maneira indireta, a beleza indicaria a qualidade dos genes dos machos. No reino animal, é comum que as fêmeas escolham os machos, como no exemplo dos pavões. Em relação à espécie humana, não é possível saber quem escolhia quem. Se as mulheres escolhiam os homens ou se eram escolhidas por eles. Isso entre os nossos ancestrais. Alguns cientistas concordam que , neste caso, houve e ainda há uma via de mão dupla. Só que, em algum momento, nos processos de escolha, as mulheres passaram a dar mais importância a outras características nos homens : força, gentileza, sucesso profissional, status, etc. Já para eles a beleza continuou sendo importante. Isso aconteceu, provavelmente, quando se estabeleceu a superioridade masculina e a mulher passou a ser dependente do homem. Houve épocas em que a beleza masculina foi valorizada, mas apenas como símbolo de poder, não como meio direto para seduzir as mulheres.
Quem é capaz de negar que ter um relacionamento com alguém belo é bom pra caramba? Exageros à parte, por que seria algo ruím tentar permanecer belo o maior tempo possível? Ou mesmo tentar tornar-se belo? Há maneiras saudáveis de moldar corpo e rosto. O modo de se vestir também ajuda. Então por que essa reação à ditadura da beleza? Acontece que os padrões de beleza mudaram. São mais difíceis de serem alcançados, ainda mais com a gastronomia à nossa disposição. O mundo globalizado também expõe mais as pessoas, ou seja, a concorrência fica maior. E o principal é que a mulher, antigamente, tinha todo o tempo do mundo para cuidar da beleza. Claro, ela não tinha que dividir o tempo com o trabalho. Então a ditadura da beleza nos coloca em desvantágem em relação aos homens? É obvio que sim. Desde que não cobramos beleza deles também. Para a mulher é feio dizer que dá importância à beleza. Elas dizem: "beleza não é fundamental", "o que importa não é a beleza", etc. Outro dia, no programa Fantástico, um grupo de mulheres tentava resolver o problema de uma jovem que estava com sobrepeso. Por causa disso ela não conseguia tirar a roupa na frente do marido. Para minha surpresa o marido era mais gordo que ela. Ela era até bonita. Ele era feio mesmo, mas não estava preocupado com isso. Os homens que frequentam as academias malham para eles mesmos. As mulheres malham para agradá-los.
A mulher pode ser independente. O sexo não está mais, necessariamente, ligado à procriação. Chegou a hora de valorizar a beleza masculina também. Temos esse direito. Os homens ficam atraentes por mais tempo que as mulheres? É visível que os homens mais velhos considerados "charmosos" sempre contam com a ajuda de uma boa conta bancária ou status. Assim, nós também podemos ficar atraentes por mais tempo. O tempo é algo que realmente não podemos desperdiçar. A mulher, quando jovem, fica prisioneira de falsos valores morais e não aproveita a beleza própria da juventude. Mais ou menos perto dos 40 anos, quando ela consegue se libertar um pouco desses falsos valores morais ai ela torna-se prisioneira do seu corpo. É cruel, mas podemos mudar essa realidade!
Mas e aí, as feias não tem chances? Sejamos realistas, para o sexo casual, elas, com certeza, terão menos chances. Mas para conseguir parceiros fixos, nada que cuidados para melhorar a aparência, cultura, humor, conhecimento, sucesso profissional e outras coisas legais não resolvam!